Desde que comecei a pedalar, utilizo o método de frequência cardíaca, mas esta não é a única forma de se treinar no ciclismo. Confira aqui as dicas do treinador Marcos C. Novello e fique por dentro dos métodos de treinamento, bem como seus prós e contras:
“Hoje é possível encontrar no mercado inúmeras opções tecnológicas que auxiliam o ciclista durante o seu treinamento, mas também é possível treinar sem a ajuda dos aparatos tecnológicos. Uma das formas é treinar por percepção de esforço, um método simples e fácil, porém exige um autoconhecimento elevado para que se consiga obter os resultados desejados no momento esperado. A forma utilizada para se medir o esforço é bastante subjetiva.
Outro excelente método, e provavelmente ainda o mais utilizado, é o treinamento por frequência cardíaca. Apesar da frequência poder ser alterada por diversas variáveis do indivíduo, ou até mesmo por fatores externos, o método fornece um padrão ao treinamento, facilitando aqueles que são novos na atividade ou ainda não possuem grande nível de percepção, a fim de terem uma boa referência de seus esforços.
Por fim, não poderíamos deixar de fora o método de treinamento por potência. Este é considerado padrão ouro no ciclismo, pois fornece valores precisos da quantificação do esforço, bem como outros inúmeros valores de análise do treino, que aliada a uma boa periodização, facilita (e muito) para que se possa atingir o objetivo dentro da data programada.
É claro que, os valores de cada método também podem variar bastante de acordo com a opção de treinamento (custo zero na aquisição de equipamentos no método de percepção e até USS 3.500 em um medidor de potência nível científico).Costumo sempre dizer aos meus alunos, que uma boa análise para se escolher o melhor método é fazermos um comparativo. Treinar por percepção irá requerer mais tempo e maior habilidade. Treinar com frequência cardíaca é uma excelente ferramenta, que aliada ao autoconhecimento proporciona que o ciclista obtenha excelentes resultados. Já, treinar com medidores de potência (watts), certamente é mais rápido e eficaz, por ser mais preciso nas análises e, consequentemente, nos resultados.
Vale sempre lembrar que, em qualquer um dos métodos utilizados, a troca de informações (feedback) entre aluno e treinador é de extrema importância, para que se possa ter uma completa análise dos treinos. Bom pedal a todos!”
Marcos C. Novello é ciclista profissional desde 1.992. Integrou a Seleção Brasileira de Estrada e Pista (1.999- 2.010). Formado em Educação Física e membro da Academia Brasileira de Treinadores ABT-IOB-COB.