Dicas

Dica de livro – “Nutricionismo”, Gyorgy Scrinis

Lançado em maio deste ano no Brasil, o “ɴᴜᴛʀɪᴄɪᴏɴɪsᴍᴏ”, como defende o autor australiano Gyorgy Scrinis, nada mais é do que um ʀᴇᴅᴜᴄɪᴏɴɪsᴍᴏ ɴᴜᴛʀɪᴄɪᴏɴᴀʟ, ou seja, quando damos uma ênfase redutiva, seja na composição nutricional dos alimentos, seja nos padrões alimentares, como forma de identificar e interpretar o quanto eles são saudáveis (ou não).

Quando simplificamos ao extremo, ou até mesmo, quando utilizamos da visão dicotômica e de julgamentos morais binários (bom x ruim), estamos sendo reducionistas, pois acabamos focando, por exemplo, somente em um micro/ macronutriente e acabamos não levando em consideração a interação com o todo.

Além disso, este enfoque (reducionista) pode acabar omitindo ou desconsiderando pontos importantes, como: a qualidade de produção e de processamento do alimento, bem como seus ingredientes.

Em uma época em que os nutrientes são ‘reis’, suplementos vitamínicos são praticamente um seguro saúde. Mas, embora esses suplementos ou até mesmo alimentos produzidos pela indústria possam fornecer uma dose substancial de nutrientes e componentes alimentares extraídos e sintetizados, será que o nosso organismo consegue metabolizá-los da mesma forma quando comemos alimentos integrais, nos quais outros nutrientes e componentes alimentares estão sendo ingeridos em conjunto?

Se seguirmos nessa lógica reducionista, em que os nutrientes são interpretados isoladamente, fora de seu contexto e padrões dietéticos em que são consumidos, alimentos altamente processados podem, com base na presença (ou ausência) de nutrientes específicos, serem considerados nutricionalmente equivalentes ou mesmo mais saudáveis do que alimentos integrais, deixando assim, a sinergia alimentar de lado. 

Bem-vindos ao mito da precisão calórica e nutricional! Lugar onde assume-se que nós queimamos as calorias da mesma forma e na mesma proporção e, a partir daí, a perda ou ganho de peso podem ser minimamente calculadas e previstas. Será mesmo que nosso corpo é assim tão previsível? E onde ficam nossas interações com o ambiente externo e com o interno, como nossas emoções? Acredito que aqui prevalece a arrogância nutricional, aquela que não enxerga que “o todo é maior do que a soma de suas partes“.  

Curtiu a reflexão? Então aproveita! Porque este é um livro para qualquer um que se interessar pelo assunto. Seja profissional da área ou não ;)

Para mais informações, clique aqui: Editora Elefante

Artigo

Uma nova forma de viver

Beatriz Frias

Em alguns momentos, parece que estou vivendo em outra realidade. Ou até mesmo, que estou em um filme. Sonhos estranhos vem e vão, durante as noites. Os dias e as horas se confundem. Mesmo adotando o mesmo horário para ir dormir e para despertar, acabo perdendo a referência do tempo…

Buscamos incessantemente preencher um vazio, que na verdade nunca será preenchido. E nunca nem foi. Mas será, então, que na verdade, antes é que vivíamos em uma ilusão? Será que, a partir de agora, não é que estamos entrando efetivamente na realidade, que ‘deveríamos’ estar? Ou melhor, a qual estávamos evitando encarar e, neste momento, ela nos ‘vêm à tona’?

Nem fugir, nem desesperar. A ordem do momento é: encarar os fatos. Buscar alternativas; mas, antes, buscar a si mesmo. Até mesmo porque, se não tivermos uma revolução interna, nunca conseguiremos mudar o externo. A verdadeira mudança acontece de dentro para fora.

Portanto, de nada adianta o apavoramento, muito menos a negação. Para sermos úteis agora, no médio e, principalmente, no longo prazo, precisamos, antes de mais nada, ter saúde. Saúde física, mental e emocional.

Como muitos ainda acreditam, a crise não acabará, nem começou por conta da quarentena. Estamos vivendo na 3ª Guerra Mundial, a guerra biológica. E, sinto-lhe informar, mas estamos somente no começo dela. Portanto, quem conseguir mudar mais rápido, sobrevive. Certo? Nem tanto. De nada adianta mudarmos todos os processos externos, se os nossos processos internos falharem. Não brinquemos de salvar o mundo, primeiro precisamos salvar a nós mesmos como seres humanos.

Agora é momento de rever conceitos, de mudar hábitos. Sabe aquela mudança que não saía do papel? Sabe aquela decisão que você não conseguia tomar? Parece que agora, a solução vem em um instante, como em um passe de mágica. Sabe por quê? Pois, não temos mais nada a temer, não temos mais tempo para ter medo do novo. Porque o novo está aqui, diante dos nossos olhos. De uma forma ou de outra. Você querendo ou não. Você decidindo ou se omitindo.

Até mesmo porque, como afirmou a empresária Luiza Trajano em sua excelente entrevista para a StarSe, “A normalidade que era dois meses atrás, não vai voltar. Essa é a única coisa que eu tenho certeza. Estão esperando abrir para voltar à normalidade. Não vai voltar! Nós vamos ter uma nova realidade!

Sabe aquela programação e certa ‘segurança’ que tínhamos, quando íamos pelo caminho ‘certo’? Ela se foi. Nada mais é ‘certo’. Não existe protocolo ‘certo’ para o novo vírus. Não existe sintoma ‘certo’. Se dissermos, por exemplo, que certas pessoas têm maior probabilidade de contrair o Covid, pode até ser. Mas, a verdade é que hoje ainda não existe mais um padrão, nem sequer para os sintomas. Assim como na maioria das pessoas, ele pode atacar os pulmões; em outras, diferentes órgãos são agredidos; em outras, ainda, podem nem sintomas aparecer. Enquanto em algumas a hidroxicloroquina trás bons resultados; em outras de nada adiantam. As certezas se foram, e o que nos restaram foram nossas apostas.

Mas, como apostar neste “Admirável Mundo Novo“? Em primeiro lugar, eu diria que com nossa intuição. Com aquilo que vem de dentro, com o desejo, com amor, com aquilo que, de alguma forma, nos move e nos faz sentido. Então, devemos abandonar a lógica e a razão? Nem tanto. Acredito que elas sempre serão válidas. Mas, até certo ponto. Pois aqui, neste mundo novo, ou melhor, nesta chegada anunciada de “Terra Dois“, como definiria o médico psicanalista Jorge Forbes, estamos vivenciando um lugar onde as contas não batem, onde dois mais dois não mais resultam, necessariamente, em quatro. Onde tudo parece mais incompleto e intangível. Onde nossos ‘buracos’ ficam mais evidentes.

O que, há algumas semanas era visto como um tanto ‘exagerado’ e fora da ‘realidade’, o que demoraria 5 anos, talvez, para ser aceito e incorporado por todos; hoje está salvando nossas vidas. Exemplos disso, são: as vendas online, os contratos digitais e os teletrabalhos. Aliás, se podemos fazer as coisas de maneira mais simples e fácil; se podemos não imprimir papel; se podemos otimizar processos de uma forma mais colaborativa; por quê, então, dificultar? Centralizar? Se deslocar? Desperdiçar? Se eu pudesse dar uma dica para esta resposta, somente com uma palavra ela seria: MEDO! Medo de perder o controle, medo de não saber fazer diferente, medo de arriscar com sua própria intuição (não com a dos outros, como nos famosos benchmarkings), medo de fazer diferente e de SER diferente, de se destacar e ter a possibilidade de parecer ‘ridículo’, ou até mesmo, de desbravar um caminho que não é o tido como ‘correto’ e conhecido.

Vale lembrar que “onde você só tem certezas, você não tem inovação“, como disse J. Forbes, em seu webinar para a Saint Paul Escola de Negócios. O aplauso sempre chega com um certo delay. Portanto, que consigamos ser pautados pelo nosso prazer e singularidade, por nossa escolha e responsabilidade, ao invés da obrigatoriedade por si só. Que a cada dia que passa, nós consigamos converter esta angústia, que paralisa; naquela, que serve como combustível para criar uma nova forma de viver.

 

Texto originalmente publicado (em formato resumido), na Gazeta de Piracicaba, em 21 de maio de 2020.

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Dicas

Dica de Livro – “MINDSET: A Nova Psicologia do Sucesso”

Este livro foi um dos que mais me ajudou a enxergar o mundo de forma diferente. Contra a lógica da cultura em que fui criada e da maior parte das crenças de instituições tradicionais, “MINDSET – A Nova Psicologia do Sucesso” me mostrou que, muitas vezes, a nossa própria mente acaba nos “sabotando”, sem que percebamos. Mas, a partir do momento que temos a ciência disso e que nós temos o poder da escolha de como queremos “encarar” isto, podemos mudar o rumo de nossos pensamentos, ou melhor, de nossas vidas!

Portanto, aproveito para compartilhar aqui com vocês, o que me pareceu mais relevante nesta leitura. As frases grifadas no livro, se tornam neste post, uma comparação entre os dois tipos de mindsets: o fixo e o de crescimento, acrescido de algumas considerações bem bacanas para refletirmos sobre o tema.

Enjoy ;)

“ESCOLHA! Mindsets são crenças e algo poderoso. Mas elas estão na sua mente. E você pode mudar a sua mente.”

  • Mindset Fixo – uma capacidade fixa, que precisa ser provada
  • Mindset de Crescimento – mutável, capaz de desenvolver-se pelo aprendizado

“Vir a ser é melhor do que ser. O mindset fixo não permite às pessoas o luxo de vir a ser. Elas precisam ser logo. Se você é alguém quando tem sucesso, o que é você quando fracassa?”

  • Mindset Fixo – esforço é ruim, indica que você não é inteligente o suficiente, nem talentoso, se fosse, não precisaria se esforçar
  • Mindset de Crescimento – esforço torna você inteligente e talentoso

“É uma ironia. O topo é o lugar onde os de mindsets fixo anseiam estar, mas é aí que muitos dos de mindset de crescimento chegam. Como consequência secundária de seu entusiasmo pelo que fazem.”

  • Mindset Fixo – conferem a um teste a capacidade de medir sua inteligência naquele momento e para sempre. Dão ao teste o poder de definir quem são e quem serão. É por isso que cada êxito é tão importante
  • Mindset de Crescimento – é preciso tempo para o potencial florescer

“Em algumas culturas, as pessoas achavam que era preciso aceitar a situação de cada um na vida. Sem tentar ir além.”

  • Minset Fixo – atribuem culpa à algo ou alguém quando fracassam, sempre arranjando desculpas
  • Mindset de Crescimento – fracasso não nos define, é um problema que tem que ser enfrentado e tratado e deles devemos extrair ensinamentos. Apesar disso, também ficam deprimidos, mas lidam com a situação com mais determinação

“Reverenciamos o talento nato. Gostamos de pensar em nossos campeões e ídolos como super heróis, que nasceram diferentes de nós. Não gostamos de pensar neles como pessoas relativamente comuns, que se tornaram extraordinárias por seu esforço. Pois, a maioria das pessoas, da mais valor aos dotes naturais do que à capacidade adquirida.”

  • Mindset Fixo – gira em torno de resultados. Se você fracassa (ou não for o melhor) tudo não passou de desperdício. Um perdedor será sempre um perdedor! Limita as realizações. Enche a mente das pessoas com pensamentos perturbadores, tornando sempre o esforço desagradável
  • Mindset de Crescimento – extrai o máximo da sua dedicação, independentemente do resultado. Dando valor ao processo como um todo 

“A capacidade de negociação, antes vista como uma habilidade fixa, com a qual as pessoas nasciam ou não, passou a ser vista como uma habilidade dinâmica, que pode ser cultivada e desenvolvida ao longo do tempo.”

  • Mindset Fixo – as adversidade os engessam, são sempre vítimas de forças externas
  • Mindset de Crescimento – as adversidades são desafios, até mesmo porque eles não precisam ser sempre melhores do que os outros, só precisam dar o melhor de si em tudo que fazem. O sucesso aqui é encarado muito mais com fazer o melhor possível, aprender e se aperfeiçoar

“Quando os pais dão aos filhos um ideal de Minset Fixo, estão pedindo que se adaptem ao modelo de criança brilhante e talentosa, ou então, serão considerados sem valor. Não há espaços para enganos, tampouco há espaço para a individualidade da criança – seus interesses, suas características, suas singularidades, seus desejos e valores.”

Apesar de uma pessoa nunca ser totalmente de um ou de outro mindset, como numa dicotomia, geralmente temos uma certa tendência à agir mais no fixo ou no de crescimento. Mas, diante de tudo isso, você deve estar se perguntando: Como nós podemos, então, exercitar mais o nosso mindset de crescimento?

Bem, não pense que isto seria como uma simples proclamação. Nos movemos em direção ao crescimento como se fosse uma jornada, uma longa jornada com muito empenho e persistência! Trabalho duro, tentando novas estratégias e buscando contribuições. O que envolve tempo, esforço e apoio mútuo. Saindo do julgamento e remando em direção ao aprendizado e ao ensinamento. O segredo é transformar o treinamento em diversão, dominar o processo. Lembre-se: “As crenças são a chave da felicidade (e da infelicidade).”

“Pesquisas recentes mostram que o cérebro se parece mais com um músculo: ele se modifica e se fortalece quando você o usa.” 

Portanto, sempre é tempo de recomeçar e fazer um bom uso dele.

Let’s? \o/