Beatriz Frias
“Procurei no dicionário,
Com paciência e cuidado,
O real significado
Da palavra aniversário.
Aquele livro pesado,
Mestre dos visionários,
‘Pai dos burros’ batizado,
Pareceu-me sectário,
Ao responder meu chamado.
Deveras decepcionado,
Joguei o meu dicionário
Na estante, empoeirado,
Para pregar, solitário,
O meu significado
Da palavra aniversário.
Diz assim, o verbete lendário,
Ontem, por mim criado:
‘Aniversário: Espécie de relicário,
Muitíssimo bem guardado
Nas folhas do meu diário,
Dos versos que eu escrevi,
Com todo amor, e não li,
Durante o ano passado’.”
(Poema de Aniversário, Carlos Eduardo Drummond.)
E assim, se passa mais um ano de vida. Aliás, mais um ano ou menos um ano?
Eu também fico mais velha no meio do ano, ou melhor, mais experiente (risos). E, posso afirmar que, esta época acaba me trazendo também diversos tipos de reflexões. O que eu fiz o longo destes últimos 365 dias? O que eu deixei de fazer? O que eu poderia ter feito diferente?
Bem, não é sempre que estamos satisfeitos com o resultado que obtemos, mas sempre podemos tentar melhorar. Acredito que o melhor que podemos fazer por nós e pelo mundo é dar o melhor de nós mesmos.
É claro que as circunstâncias nunca são perfeitas nem para mim, nem para ninguém. Mas é incrível como muitos têm o poder de se esforçarem para não saírem exatamente do mesmo lugar onde estão. Enfim, “cada um tem o que merece.“
O ano passa, sem sequer nos darmos conta. Que dirá então dos meses e das semanas. Basta marcar algum compromisso e ele logo chega. Se você faz ou não, o tempo passa do mesmo jeito. Seja nos momentos felizes ou nos difíceis, ele passa.
E a cada vez que deixamos de fazer e de tentar, a cada momento que tentamos fugir, a cada vez que desistimos de um sonho, acabamos perdendo também uma parte de nós mesmos.
Assim como nas empresas e nos negócios, qual a marca que eu quero deixar no mundo? Qual a marca que você quer deixar no mundo? Qual o seu legado? Sua singularidade? O que te faz diferente?
Também concordo que ninguém pode, sozinho, ‘mudar o mundo’. Mas, a soma de nossas pequenas ações certamente trarão um resultado positivo.
Assim como diria Confúcio “Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer.” Portanto, reinvente-se, corrija a rota e, se for preciso, mude até a direção, mas não deixe de seguir a sua intuição.
Artigo publicado originalmente na Revista ARRASO | Edição de Aniversário *8 Anos*
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