Beatriz Frias
Eu sempre digo que somos hoje reflexo do que fizemos ontem, ou melhor, das nossas escolhas. Por mais que, neste mundo contemporâneo, esta lógica já não seja mais tão aplicada, uma vez que estamos vivendo numa sociedade extremamente imediatista, ainda continua sendo verdadeira a velha frase: “a cada escolha, uma renúncia”.
Neste imediatismo em que vivemos, queremos tudo e queremos agora. São cirurgias plásticas, remédios para acalmar, para emagrecer, tudo pelo sucesso e por aí vai… Porém, com isso tudo, também estamos vivendo num século onde a depressão toma conta de adolescentes a idosos. Mera coincidência? Acredito que não.
Tudo ficou muito fácil e focamos no resultado, sem sequer pensar no meio em que estamos utilizando para alcançá-lo. Lucros a ‘qualquer custo’, emagrecer a ‘qualquer custo’… e, de repente, deixamos o mais importante de lado, como, nossos valores, nossa saúde. Esquecemos nossa essência e nossa real identidade.
Por exemplo, se voltássemos seis anos atrás, no ano de 2008, quando a revista Arraso estava nascendo, estaríamos em plena crise americana, a qual acabou ‘balançando’ o mundo todo. Alguns países mais, outros menos. Mas o ponto é que como em toda crise, existem também oportunidades de criar, de tentar escolher ser e fazer diferente. E não, simplesmente, paralisar frente a ela.
E, assim como na economia, por mais que existam acontecimentos pelos quais não temos controle, as decisões que tomamos no dia a dia acabam fazendo a diferença nas nossas vidas.
Em paralelo a isto tudo, há exatamente seis anos, eu estava com 18 anos de idade, no início da faculdade de Administração de Empresas na FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado). Mudei para a capital a fim de adquirir novos conhecimentos e experiências.
Com certeza, hoje eu seria diferente se, ao invés de ter estudado em São Paulo, tivesse ficado aqui no interior, trabalhado em outra área ou até talvez tivesse me formado em outro curso. Também teria sido diferente hoje, se ao decorrer destes anos não tivesse ido, por exemplo, estudar fora do país, cuidado da alimentação e seguido minhas atividades físicas religiosamente.
Pois, como defende o jornalista britânico e colunista da The New Yorker, Malcolm Gladwell: nós somos, hoje, resultado de cada pequena escolha que fazemos em nossas vidas e da influência de fatores externos, ou seja, do contexto em que vivemos e fomos criados.
Mas… E se eu tivesse feito ‘isso’ ou ‘aquilo’? É uma pergunta que com alguma frequência acaba nos ocorrendo, não é mesmo? E a resposta para essa questão é indefinida, não temos como saber! E, por isso, nossas escolhas são tão valiosas, uma vez que, mesmo escolhendo não fazer ‘nada’ e mesmo sem ter a absoluta certeza do resultado, somos sempre responsáveis pelas consequências.
Ao invés de ficar imaginando o que teria sido, precisamos tomar decisões e fazer apostas para um futuro melhor. Apostar no que queremos realmente, ir em busca dos nossos objetivos. Muitas vezes, precisamos parar e refletir, pois podem existir muitos outros caminhos que não estamos enxergando no momento, mas eles também podem ser mais difíceis de chegar.
E tudo vai depender do que realmente importa em nossas vidas, do que não abrimos mão, dos nossos valores às nossas ações. Por isso, aproveito e deixo aqui uma questão para refletirmos: o que estamos fazendo hoje para sermos melhores daqui a alguns anos?
Artigo publicado originalmente na Revista ARRASO | Edição de Aniversário (do Jornal de Piracicaba) * edição n.41 *
Há seis anos estava na redação, cuidando e vendo esta revista nascer. Um bom parto, digamos, do qual posso dizer que tenho certa pontinha de orgulho. Hoje a sensação, de olhá-la de longe, é agradável. Parabéns pelo texto, Bia. Refletir sobre o tempo que passou, sobre o caminho que estamos trilhando e sobre o que queremos do futuro é, acima de tudo, um ato de responsabilidade com nossa própria vida.
Com certeza Rodrigo. Temos que ser responsáveis por nossas escolhas e nossa própria vida. Obrigada pela colaboração aqui. Adorei sua visita!